domingo, 24 de fevereiro de 2008
Será bom a renúncia de Fidel?
O partido Comunista de Cuba foi formado na década de 20, pelos fundadores Blas Roca, Anibal Escalante, Fábio Grobart e Júlio Antônio Mella. Com a ideologia de fazer com que todos o homens tivessem o mesmo direito, o partido foi criado com esse próposito. O ditador Rubén Fulgencio Batista, até então presidente do país desde 52, foi deposto em 59. Aos 27 anos, o jovem advogado, Fidel em um ataque ao quartel de Moncada em 1953 com alguns companheiros, já lutava contra a ditadura de Fulgencio. O ataque fracassou. Fidel e seus companheiros foram encarcerados. Anistiado por Rubén, Castro procurou exílio no México. No final de 1956, retornou a Cuba no barco Granma, carregado de armas para iniciar o confronto militar com Batista. O plano de desembarque fracassou, e Fidel teve que se refugiar com os companheiros em Sierra Maestra, de onde começaram as operações guerrilheiras. Essas operações tornaram-se cada vez mais organizadas e o movimento guerrilheiro cresceu em força e apoio popular enfrentando o poder do ditador. Com a repressão tomando um caminho e um poder maior, Batista aumentou sua impopularidade a tal ponto que, em 1958, os Estados Unidos acabaram suspendendo a venda de armas para o ditador. Em 8 de janeiro de 1959, depois de uma bem-sucedida greve geral, Batista foi derrubado e as tropas de Fidel entraram em Havana.
Manuel Urritia Manzano, moderado opositor do regime Batista, ocupou a presidência, e Fidel foi indicado primeiro-ministro. Alguns membros do Movimento 26 de Julho – nome da organização político-guerrilheira comandada por Fidel – também ocuparam cargos ministeriais. A organização de Fidel desfrutava de uma simpatia generalizada entre os cubanos e, a princípio, manteve-se distante do comunismo e do capitalismo. Os cubanos esperavam, por isso, que se instalasse um governo constitucional, um sistema democrático-representativo nos moldes conhecidos das repúblicas burguesas. O papel dos comunistas na vida política cubana foi reforçado em Julho de 1961, dois anos depois da Revolução de 1959, as Organizações Revolucionárias Integradas (ORI), formada pela fusão de Fidel Castro em 26 de Julho, com o Partido Popular Socialista liderado por Blas Roca e do Diretório Revolucionário liderada por Faure Chomón. Em 26 de março de 1962, a ORI tornou-se o Partido Unido da Revolução Socialista cubana (PURSC), que, por sua vez, tornou-se o Partido Comunista de Cuba em 3 de outubro de 1965. O partido comunista continua a ser o único partido político reconhecido em Cuba até hoje. A criação de outros partidos embora não seja ilegal, não são capazes de realizar qualquer campanha ou atividades na ilha que poderia ser considerado "contra-revolucionário".
Fidel conheceu o argentino Ernesto Che Guevara que envolvido já na política, buscava formas de impedir o autoritarismo dos americanos nos países latino e sul-americanos. Sendo perseguido, Che que estava morando e lecionando no México, encontrou Ñico Lopez, que o levou para conhecer Raúl Castro, irmão mais velho de Fidel que encontrava-se refugiado no México após a Revolução de Cuba em 53. Raúl apresentou Tche à Fidel onde começaram uma forte amizade e sonhos em comum de fazer com que todas as pessoas tivessem os mesmos direitos, e não houvesse desigualdades. Camilo Cienfuegos Gorriarán (6 de Fevereiro de 1932 - 28 de Outubro de 1959) foi um revolucionário cubano, nascido em Calabazar de Sagua. Participou de atividades clandestinas contra o presidente de Cuba Fulgencio Batista e foi um importante protagonista da Revolução Cubana. Ao lado de Fidel Castro, Che Guevara e Raúl Castro, Camilo era um dos principais líderes da Revolução. Morreu vítima de um acidente de avião. Durante um vôo de Camaguey à Havana, o avião de Camilo desapareceu no oceano, o que causou grande impacto em toda a população. Tanto é que todo dia 28 de outubro, crianças cubanas jogam flores ao mar em sua homenagem. No último dia 19 de fevereiro, Fidel anunciou sua renúncia, e seu irmão tem grandes possibilidades de ser indicado como chefe de estado cubano neste domingo(24/2), dia em que a Assembléia Nacional se reuni para consolidar a estrutura de poder que tem sido colocada ao país desde que Fidel ficou doente.
Mas ai pergunto-lhes. Será que vai ser bom Fidel ter renunciado? Será que seu irmão Raúl Castro, irá tomar os mesmos caminhos políticos e históricos de luta contra o imperialismo? E o povo, como fica? Respostas de uma novela que ainda está longe do seu capítulo final. Mas uma coisa é certa, Cuba perdeu um de seus maiores ícones na luta contra o império do capitalismo.
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